terça-feira, 7 de outubro de 2014

Nutrição infantil - como incentivar o consumo de água

As dicas abaixo são da nutricionista da Clínica DNA Nutri, Elaine de Pádua (http://www.dnanutri.com.br).

Elaine Cristina Rocha de Pádua • Nutricionista • CRN: 22094

Nutricionista mestre em ciências da saúde pela UNESP, pós-graduada em Nutrição nas Doenças Crônico-Degenerativas pelo Instituto de Pesquisa e Ensino do Hospital Israelita Albert Einstein. Pós-Graduada em Nutrição Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Especialista em Adolescência para equipe multidisciplinar pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Atualmente Pós-graduanda em Medicina Obstetrícia a nível de mestrado pela UNIFESP, coordenadora do ambulatório de nutrição da gestante adolescente e supervisora de estágios da especialização em "Adolescência para Equipe Multidisciplinar" do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente - CAAA. Integrante da equipe de pré-natal da Casa da Saúde da Mulher - Departamento de Obstetrícia - UNIFESP. É autora dos jogos educativos "Mito ou verdade", "Desafio hortifruti" e "De olho nos alimentos", da Nutriland, e do capítulo Abordagem Nutricional da Adolescência, do livro Adolescência e Saúde Volume III, da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Recentemente lançou o livro "O que tem no prato do seu filho? – Um guia prático de nutrição para os pais", Editora Alles Trade, que tem o objetivo de ajudar, de maneira criativa, os pais na difícil tarefa de fazer com que as crianças tenham uma alimentação de qualidade.

Publicações:

• LIVRO: ADOLESCÊNCIA E SAÚDE 3. SECRETARIA DA SAÚDE. PARTICIPAÇÃO NO CAPÍTULO ABORDAGEM NUTRICIONAL NA ADOLESCÊNCIA
• ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA DA SOGIA
• ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA DE NUTROLOGIA

- Qual a quantidade ideal de água que deve ser consumida pelos pequenos?

De acordo com a Dietary Reference Intakes (DRI, 2002):

    Crianças de 1 a 3 anos devem ingerir em média 1300mL
    Crianças de 4 a 8 anos devem ingerir em média 1700mL
    De 9 a 10 anos – 2100mL

Essa recomendação refere-se ao consumo total de líquidos, não somente de água e considera a reposição total dos líquidos perdidos durante o dia. A alimentação contendo quantidade adequada de alimentos frescos (frutas, hortaliças, leite, carnes frescas) fornece boa parte dessa necessidade diária de líquidos, devendo ser a outra metade reposta pela água pura ou sucos com alto percentual de água.
- O que fazer quando a criança não gosta de consumir água?

Aromatizar a água (folhinhas de hortelã, rodelas de limão, casca de frutas (abacaxi, maçã, laranja));
Deixar uma garrafinha de água sempre próxima da criança;
Incentivar o consumo de sucos de frutas com maior porcentagem de água;
Oferecer várias vezes água em volumes menores, adequado ao volume gástrico da criança;
Oferecer água de coco, que também ajuda a manter a boa hidratação dos tecidos;
Dar nomes fantasia para as águas aromatizadas ou sucos de frutas: shake da diversão, suco da energia, bebida da princesa, etc.
Deixar a criança preparar seus shakes de frutas e água.

- Quais truques os pais podem usar para convencer os pequenos a beber água?

Primeiramente, os próprios pais e futuros pais precisam avaliar o seu próprio consumo de água e se água foi ofertada de maneira adequada durante o crescimento da criança;
Seja um exemplo: crianças tendem a imitar os pais, por isso, procure beber água na frente dela e pergunte se ela já tomou seus copos do dia;
Explicar o porquê beber água: explicar que a água é um alimento e que se faltar água, faltará disposição para brincar e se divertir, além disso, a cognição e memória podem ser prejudicadas. Será que a criança não quer acertar todas as respostas no jogo de memória, ou na aula de tabuada? Pode ser uma forma de incentivar;
Explique que isso evita com que o intestino fique “preso”, o que causa dor e desconforto;
Procure reduzir a disponibilidade de sucos, especialmente industrializados, equilibrando a oferta entre os sucos de frutas naturais com o consumo de água.
Ofereça água fresca que tende a ser mais bem consumida: faça a mistura de água em temperatura ambiente e um pouco de água gelada;
Os pais podem combinar com a criança um volume pequeno de água e aumentar gradativamente com o tempo;
Pode-se acrescentar essa tarefa na lista de deveres da criança, por exemplo, entre escovar os dentes, colocar os sapatos no lugar, fazer a lição de casa, pode-se incluir a tarefa beber 2 copos de água”;

Atenção: essa tarefa deve ser combinada e não imposta, para não causar rejeição e associação com algo negativo pela criança. Os pais podem brincar, “sua tarefa é tomar 2 copos e a minha 4 copos”. A criança também pode cobrar os pais nessa tarefa e, ao mesmo tempo, estará prestando atenção no seu próprio consumo.

Separe um canudo legal e um copo ou garrafinha diferente para ser usado apenas para o consumo de água;
Pergunte como está a cor da urina e explique que ela tem que ser sempre amarela clara. Se a criança fizer xixi e estiver amarelo escuro, ela pode se lembrar que não bebeu água suficiente naquele dia e, aos poucos, ir aumentando o consumo de líquidos. Se estiver lidando com uma menina, podemos incentivá-la explicando como a saúde dos cabelos e da pele depende da água. Se com meninos, pode-se lembrar que seus ídolos atletas (jogadores de futebol, vôlei, basquete, tenistas) estão sempre repondo os líquidos perdidos, pois sabem a importância da água.

- Os sucos podem ser aliados ou eles não substituem a ingestão de água?

Os sucos podem ser aliados para ajudar na hidratação dos pequenos, principalmente se forem sucos naturais diluídos com alto conteúdo de água, pois essa grande quantidade de água será utilizada pelo organismo quase da mesma forma. Porém, ingerir toda a quantidade de água, apenas com sucos, extrapola a necessidade diária de carboidratos vindos das frutas e, geralmente, do açúcar adicionado, desequilibrando o consumo de nutrientes da criança. Isso é essencialmente importante no caso de crianças que precisam controlar o peso, o que não é raro nos dias de hoje. Além disso, por fornecerem alta quantidade de carboidrato (dependendo do suco, principalmente os adoçados), podem inibir a fome por outros alimentos importantes. A Academia Americana de Pediatria recomenda que a ingestão de suco deva se limitar a 120 a 180 mL por dia para crianças de 1 a 6 anos e a 240 a 260 mL por dia para crianças de 7 a 18 anos.

A água não possui macronutrientes para serem quebrados, metabolizados e absorvidos (não estimula o pâncreas a produzir insulina) e filtrados, assim beber água dá um “descanso” aos processos digestivos e ao aparelho renal e não fornece calorias. Dessa forma, a água hidrata, não afeta o ganho de peso e não interfere na fome dos pequenos, além de não aumentar o risco de surgimento de cáries dentárias (ao contrário dos sucos, principalmente adoçados).

De forma geral, nenhum deles substitui o outro. O equilíbrio na combinação entre água pura e suco de frutas, frutas e outros alimentos ricos em água (hortaliças, leite, carnes frescas) é a melhor opção para garantir hidratação e reposição de micronutrientes e antioxidantes.

Os sucos estimulam o consumo de líquidos e são interessantes nos dias muito quentes e durante a prática de exercícios físicos, quando o risco de desidratação e hipotermia são aumentados, especialmente nas crianças.

**A adição de adoçantes não é indicada para crianças e adolescentes, com exceção de casos específicos, como diabetes.
Fonte: segs.com.br

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Maionese feita à base de banana verde

Maionese feita à base de banana verde

Cansado de ver as bananas do campus onde estudava se perderem, o universitário Matheus Fernando resolveu criar um projeto para resolver o problema. Após 11 meses de pesquisas, o aluno de  Engenharia de Alimentos do Instituto Federal Goiano, em Rio Verde, sudoeste de Goiás, criou a "bananese", uma maionese feita à base de banana verde. A ideia deu tão certo que ele foi convidado para apresentar a inovação em uma feira na Europa.
Matheus conta que a criação da maionese surgiu por acaso. "Eu desenvolvi o projeto quando estava no terceiro ano do Ensino Médio de técnico em Agropecuária, em outro campus da instituição. A banana era uma das frutas com mais abundância e que perdia muito. Resolvi fazer alguma coisa. A intenção não era fazer a maionese, mas sim alguma coisa com a biomassa da banana verde", explica.
O produto criado tem quatro sabores: pimenta, rosé, orégano e sem condimento. Quem prova diz que é difícil perceber o gosto da fruta no alimento. De acordo com Matheus, a bananese também é recomendada para quem quer perder peso, pois não leva óleo e ovo em sua composição. Para prepara-la é utilizado apenas banana e água.
“É bem difícil chegar o ponto de biomassa porque como a base dela é só banana verde e água a gente tinha que quebrar essa adstringência da banana verde antes de começar a fazer a biomassa", explica.
Feira
No mês de julho, Matheus embarca para a Inglaterra. O sucesso da bananese foi tanto que um instituto de pesquisa brasileiro o convidou para apresentar sua criação em uma feira renomada do país europeu.
"Lá em Londres, a segunda maior universidade, a Cambridge, faz uma feira com 350 melhores projetos de 50 países. Ou seja, eu sou um desses 350. Eu não esperava isso nunca, porque essa feira é a melhor da área”, diz.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Os perigos do glúten. Todos devemos evitar ou podemos ingeri-la?

Uma substância muito abundante no nosso cardápio tem entrado na mira de muitas pessoas que querem emagrecer ou melhorar o bem-estar e a saúde. O glúten é uma proteína encontrada na semente de muitos cereais, como trigo e a cevada. A substância é desconhecida por parte da população, mas já existe uma certa rejeição em relação ao consumo por parte de algumas pessoas. Mas, afinal, o glúten faz mal à saúde? Deve ser evitado? Estes questionamentos foram feitos a especialistas que nos ajudaram a esclarecer essas dúvidas.
O alergista, Francisco Geraldo Sarti de Carvalho, garante que não faz sentido alguém evitar o consumo de glúten sem alguma indicação de profissional de saúde. "Em uma dieta balanceada é fundamental que se tenha os alimentos que são fontes de glúten, como o trigo, que é um ótimo alimento. Aquelas pessoas que não têm intolerância ou alergia ao glúten e nem doença celíaca, podem ingerir sem problema."
Equilíbrio
Simone da Cunha Rocha Santos, presidente da Associação de Nutrição do Distrito Federal e sócia de uma empresa de consultoria em Nutrição e Fitness, esclarece que a superexposição a um alimento pode criar no organismo um pouco de intolerância a ele. "O problema é que a nossa dieta ocidental hoje em dia tem muito consumo de alimentos que tem origem no trigo, ou seja, que tem glúten. Mas é bom salientar que isso não acontece somente com glúten, é bem comum as pessoas que fazem dieta de exclusão do glúten, passarem a todos os dias comer algum outro tipo de farináceo (mandioca, arroz) e essa superexposição pode levar a pessoa a desenvolver novamente uma hipersensibilidade a esse novo alimento, porque como o sistema imunológico dela está com baixa defesa, e o intestino dela já teve danos," explica.
O gastroenterologista, Américo Silvério, compartilha da mesma visão: "O que devemos evitar são dietas desequilibradas, uma dieta muito rica em carboidratos pode trazer algum distúrbio alimentar associado, assim como dieta muito rica em gorduras etc. A não ser que você tenha alguma intolerância ao glúten, essa proteína ingerida dentro de uma dieta balanceada não tem problema nenhum."
Para trazer esse equilíbrio na ingestão de carboidratos, Simone sugere uma quebra de rotina, mas jamais a eliminação completa do glúten. "Temos a opção de comermos tubérculos no café da manhã, como produtos à base de mandioca, mas você não vai ficar o resto da vida sem comer glúten, isso não existe", afirmou a presidente da Associação de Nutrição.
Exclusão do glúten
Simone Santos alerta para o perigo desta exclusão definitiva. "É um crime algumas mães não introduzirem glúten para as crianças maiores de um ano de idade. A mãe deve dar esse alimento no momento certo, porque se ela não der, no futuro a criança pode ser um possível hipersensível ao glúten, porque na época que o sistema imunológico dela estava sendo montado ele não foi exposto àquela proteína."
Toda dieta de exclusão de alguma substância deve ser temporária e com um propósito definido, disse Simone. "Muitas vezes a gente pode tirar o glúten da dieta como uma estratégia de dar um descanso para a pessoa que está apresentando algum desconforto, e depois reintroduzir o alimento o comendo, uma vez por dia, e rodiziando a cada três dias. Muitas vezes só de diminuir o consumo do alimento já dá uma resposta bem legal para a pessoa, principalmente quando se trata de alguns distúrbios gastrintestinais", assegura.
Simone, que também é educadora física, enfatiza que a eliminação do glúten no cardápio não é "para ficar com uma barriga sarada, chapada. Se a pessoa comer só batata, mandioca, mesmo sem glúten ele pode engordar por conta do índice glicêmico destes alimentos". Por isso toda dieta de exclusão, além de temporária, deve ser elaborada por quem tenha um conhecimento muito grande de técnica dietética.
Muitos malefícios atribuídos à ingestão do glúten, principalmente espalhados em vários blogs pela internet, são "fantasiosos", alega Américo. "O glúten deve ser evitado apenas por quem tem alguma intolerância ou alergia ao glúten. Nas outras pessoas ele não vai causar nenhum sintoma. Muitos problemas imputados ao consumo dessa proteína são causados pelo excesso de carboidrato, porque o glúten é mais comumente encontrado em alimentos ricos em carboidratos. Ao contrário do que alguns afirmam, o glúten em si não vai fazer uma aderência, uma 'cola' no intestino", afirma o endocrinologista. Considera ainda que algumas pessoas acabam perdendo peso ao diminuir a ingestão de glúten simplesmente porque o carboidrato – que é calórico – foi cortado da dieta.

Sensibilidade
Francisco salienta que existem três grupos bem definidos de pessoas que enfrentam dificuldade com o consumo de glúten, "o primeiro grupo é o dos intolerantes do glúten, que não têm uma doença propriamente dita; no segundo grupo estão os celíacos, que têm uma intolerância decorrente de alterações imunológicas – a doença celíaca é autoimune –, e apresentam sintomas crônicos mais importantes; o terceiro grupo é o de pessoas alérgicas ao glúten, esses pacientes alérgicos eles podem desenvolver os sintomas digestivos, respiratórios e cutâneos, podendo até ter um choque anafilático".
A doença celíaca ocorre em cerca de 1% da população, e outras enfermidades distintas relacionadas ao glúten tem uma prevalência estimada seis vezes maiores do que a doença celíaca propriamente dita. O alergista indica que todas as pessoas que tem alergias, tanto alimentares quanto respiratórias ou dermatológicas, devem investigar a sua tolerância ao glúten e a diversos outros alimentos, assim como os que têm sintomas digestivos crônicos ou perdem peso inexplicavelmente.
Simone orienta as pessoas que desconfiam do glúten como origem de algum desconforto a jamais eliminarem por si só o glúten do cardápio. A primeira conduta deve ser procurar um profissional de saúde, pois somente um gastroenterologista pode descobrir através de diversos exames laboratoriais se a pessoa é celíaca ou não. "Uma dieta de exclusão do glúten sem determinação médica impossibilita o diagnóstico do nível de sensibilidade ao alimento, e dificultar o diagnóstico da doença de uma pessoa que pode ser celíaca pode acabar com a vida dela, porque se ela consumir uma pizza pode morrer por causa disso", enfatiza.
A nutricionista conta que "uma vez o paciente não sendo celíaco faz-se uma dieta de exclusão para observar se há alteração nos sintomas que ele apresenta. Se ao excluir o glúten não for observado nenhuma mudança, o problema dele pode ser outro, como amendoim, arroz etc... Se com a exclusão do glúten os sintomas melhorarem, o intestino dele será tratado com fibras probióticas e então o alimento é reintroduzido. Essa exclusão pode ser por 20 ou 30 dias. Depois da reintrodução a pessoa vai comer aquele alimento de três em três dias." Simone destaca que comer o mesmo alimento diariamente não é saudável para ninguém.
Correlação com outras doenças
O exagero no consumo de qualquer alimento pode levar o organismo a desenvolver uma hipersensibilidade a algum ingrediente. Francisco lembra que "às vezes uma pessoa sempre teve uma leve intolerância ao glúten, e ao ingeri-lo frequentemente ela tem os sintomas exacerbados na idade adulta".
Embora várias doenças sejam atribuídas ao consumo de glúten, ele não causa problemas nas pessoas que não apresentam qualquer hipersensibilidade ou intolerância à proteína. Mesmo assim diversos estudos científicos demonstram que uma dieta livre de glúten pode fazer parte do tratamento de outras doenças não-celíacas, como autismo, diabetes, artrite reumatoide, enteropatia por HIV, transtornos neurológicos – como TDAH, esquizofrenia e esclerose múltipla –, Síndrome do Cólon Irritável, dermatite herpetiforme e outras doenças complexas.
Simone complementa que alimentos fontes de glúten têm um alto fator inflamatório, e mesmo não sendo o causador de tantos males, ele faz parte da sistemática dessas doenças. Ela ressalta que a dieta de exclusão de glúten não é "modismo", mas serve para tratar as pessoas que tem hipersensibilidade à essa proteína, devido ou não a uma condição de saúde anterior.
"Às vezes a pessoa tem uma enxaqueca há anos e não sabe porque, aí em certo momento ela resolve fazer uma dieta de exclusão de glúten e sente que a dor de cabeça dela diminuiu muito, assim ela pode perceber que tem algum problema com esse alimento", exemplifica a nutricionista. Contudo ela frisa que o principal aspecto em qualquer tratamento é a individualidade: "Tirar leite e glúten não é a solução de todo mundo, a dieta deve ser sempre baseada em exames médicos."
Casos
Poliana Rios, dona de casa, conta que sempre tinha uma sensação de azia e percebia que constantemente sua barriga ficava inchada e a sentia pesada, mas nunca teve o diagnóstico de doença celíaca. Ela confirma que antigamente era acostumada a comer pão, macarrão, bolacha e outros alimentos provindos do trigo.
Em 2005, Poliana deu à luz a João Vithor, seu primeiro filho, e precisou fazer uma dieta restritiva de glúten para amamentar seu filho, que era celíaco. "Eu já sabia que eu era intolerante ao leite e alérgica ao ovo, mas um exame que eu fiz não apontou nada em relação ao trigo", argumentou.
Em 2012 Poliana, que tinha 27 anos à época, precisou novamente fazer uma dieta restritiva para voltar a amamentar João Vithor que estava internado. Após essa segunda fase de dieta restritiva ela tentou retornar ao consumo de derivados de trigo. "Comi um pão francês com margarina sem leite e ainda me senti mal, foi onde eu vi que o glúten me fazia mal também", diz.
A dona de casa conta que hoje em dia tudo em sua casa foi substituído "aqui não entra trigo porque a minha filha Nicole também é celíaca; até se eu comer na rua, qualquer coisa eu já me sinto mal, minha barriga fica doendo até quatro dias depois" narra.
Samantha de Consuello, fisioterapeuta, começou a apresentar desconforto com o consumo de alimentos com trigo somente após a idade adulta. "Quando eu tinha uns 30 ou 31 anos comecei a ter muitos gases e diarreia sempre após as refeições, logo após vieram dores e muito vômito praticamente toda vez que eu comia alguma coisa", relata.
Ela conta que começou a observar os próprios hábitos alimentares, já que ela é alérgica a várias coisas, "meu corpo pode ter tido essa reação por causa de um excesso de glúten que havia no meu organismo, porque naquela época minha dieta tinha muito carboidrato derivado do trigo", assume.
Naquela mesma época a fisioterapeuta fez uma viagem e foi a única que passou mal com o que comia, foi quando ela desconfiou que todo aquele incômodo poderia vir do glúten contido nos carboidratos que ela ingeria habitualmente. "Na internet eu descobri a intolerância ao glúten, e comecei eu mesma, Samantha, a diminuir o glúten da minha dieta. Quando eu diminuí o glúten eu vi que melhorava, sem ele eu não tinha enjoo, fraqueza, mal-estar, nem os gases."
Dieta
Ao chegar de viagem Samantha marcou consulta com um gastroenterologista e continuou sem consumir glúten por quase 30 dias. O gastro a encaminhou para uma alergista que pediu o exame que apontou intolerância ao glúten. A alergista, por sua vez, indicou uma dieta temporária de restrição completa de glúten e recomentou um nutricionista.
"Quando eu vi que eu estava muito boa, eu voltei a comer trigo. Depois disso eu nunca mais tive as crises de antes porque eu fiz uma desintoxicação do glúten. Eu posso até comer pizza, um misto quente, tranquilo… mas se eu passar dois dias repetindo essa dieta eu já tenho uma crise e dou diarreia", relata.
Samantha declara que é bem controlada em sua dieta e acredita que os médicos foram um canal de benção na sua vida, mas ela destaca que sequer precisou ficar retornando frequentemente a esses profissionais porque a sua cura se deu primeiramente a seu Deus, "um Deus vivo que cura, que restaura e que cuida de mim", certifica.

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